No dia 25 de Abril de 1974, um gesto singelo transformou-se em símbolo eterno. Celeste Caeiro ofereceu um cravo e, sem o prever, deu à Revolução a sua imagem mais bela e duradoura: a Liberdade em flor.
É nesse gesto, tão simples quanto poderoso, que o quarteto Achillea encontra inspiração para o concerto Um Cravo para Celeste — uma homenagem à mulher do cravo e a todos os anónimos que ajudaram a construir este sonho coletivo.
O programa percorre diferentes épocas da nossa memória musical: das cantigas medievais de Martin Codax (Quantas Sabedes Amar) e de D. Dinis (Quix ben amigos e quer’e querrei), às raízes populares dos Açores (Estava Maria à beira do rio); do fado tradicional (Fado Moderno, de Tomás Del Negro, e A Casa da Mariquinhas, de Alberto Janes), à canção de autor e de intervenção — Trova do Tempo que Passa (Alain Oulman/Manuel Alegre), Pedra Filosofal (Manuel Freire/António Gedeão) e a intemporal Grândola Vila Morena (Zeca Afonso). Entre estas obras, surge ainda o original Um Cravo Para Celeste, que dá nome e sentido ao espetáculo.
Sob a visão e os arranjos de Rogério Medeiros, estas músicas ganham nova vida instrumental, revelando outras cores sem nunca perderem a sua essência. Assim, Um Cravo para Celeste não é apenas um concerto: é um tributo à esperança, à memória e ao poder transformador da arte.
Um Cravo para Celeste — porque a Liberdade também se toca, e toca-nos a todos.