A visita recente ao Lar Silva Soares permitiu ao Quarteto Achillea confirmar o impacto positivo da música tradicional portuguesa junto de pessoas idosas: tanto utentes como cuidadores destacaram momentos de alegria, memórias despertadas e proximidade afetiva gerada pela intervenção musical. A experiência demonstrou que a música não é apenas um recurso artístico, mas uma ferramenta capaz de promover bem-estar, estimular funções cognitivas e reforçar a coesão social.

O projeto “A Vida Breve” leva a música aos locais onde muitos idosos passam os seus dias — lares, centros de dia, hospitais, unidades de cuidados continuados, universidades seniores e associações comunitárias — criando momentos de encontro, memória e afeto. Cada atuação abre espaço à partilha de histórias e afetos, transformando os ouvintes em protagonistas da sua própria herança cultural e afetiva.

Diversos estudos reforçam os benefícios da música na terceira idade: Oliver Sacks destacou o seu poder de estimular memória e emoção; Hays & Minichiello evidenciaram como canções familiares reforçam autoestima; e, em Portugal, Graça Boal-Palheiros sublinha o papel da música comunitária no envelhecimento ativo.

O projeto apresenta-se principalmente em formato de quarteto de cordas, mas adapta-se a contextos mais pequenos — duo ou instrumento a solo — garantindo flexibilidade e proximidade com o público. “A Vida Breve” é, assim, um gesto de gratidão e celebração: devolver através da música alegria, memória e dignidade a quem tantas vezes permanece esquecido.